Questões temperamentais
Muito se tem falado a respeito da falta de limite das crianças e da inabilidade dos pais ou de sua pouca autoridade na relação com os filhos, mas não podemos deixar de lembrar que também existem as características de temperamentos nos traços de personalidade do indivíduo e que precisamos entende-los.
Os comportamentos nem sempre são aprendidos como as propriedades cognitivas, pois muitas crianças dominam o conhecimento, porém, não aprendem a conviver, trocar com o outro, a se frustrar ou dominar suas vontades.
Seja criterioso ao observar sua criança e como ela interage com o ambiente. São alguns princípios que favorecem a diferenciação entre comportamento e temperamento. No temperamento, deve-se perceber: se a criança é ativa desde bem pequena; se é distraída não conseguindo manter uma postura ao ouvir uma história e comentá-la; se demonstra persistência em algo que gosta; se reage bem às transições; se revela certo retraimento; demonstra estar feliz ou não; se consegue adaptar-se a situações novas; se é barulhenta e se em geral predominam as reações negativas ou positivas. Diferencie portanto, tais características de comportamentos isolados.
Nem sempre é falta de limite, portanto cabe ao adulto ajudar e orientar a criança a remodelar seu estres.
Segundo o médico e neurologista Saul Cypel, autor do livro Déficit de Atenção e Hiperatividade e as Funções Executivas, ao trabalhar com crianças em situações ou condições adversas, é preciso que haja estudo, experiência e planejamento no trabalho a ser desenvolvido, logo, algumas orientações práticas podem ser valiosas nesses casos.
Para entender seu temperamento comunique-se de forma acolhedora, dizendo: _ ‘’Eu entendo o que você sente... ‘’; ou, _ ‘’Seu tom de voz é um pouco alto, fale mais baixo...’’.
Na escola, para ser mais observada e acolhida é adequado que a criança fique próxima a professora e receba mais estímulos.
Diante da inquietação corporal e oral, é interessante que a professora retome particularmente as regras e acordos da classe.
Aos pais: valorizem as qualidades de seu filho.
O casal deve falar a mesma linguagem em todos os sentidos, sem conflitos nas decisões um do outro.
Em casa, diante da birra, tentativa da criança em ser onipotente, é fundamental que os pais sejam firmes, mostrando com clareza o que pode ou não ser feito.
Criar um diário no qual a criança possa registrar as atividades bem-sucedidas, como as artísticas, esportivas, comportamentais para que seja lido e discutido pelos adultos.
Manter o cumprimento do que foi combinado para que a autoridade do adulto seja sustentada e favoreça a capacidade de persistência na criança.
Caso necessário seja enfático ao dizer que já foi explicado o que ela deverá fazer e as discussões estão encerradas.
Observação. Analisar os eventos desencadeadores do desequilíbrio, ou desmotivação e mediar a situação. Se necessário com intervenção profissional.
A terapia sempre é importante, tanto para o indivíduo, como para a família.
Em geral, é preciso que os pais sejam firmes com suas crianças, para que elas possam suavizar suas relações no âmbito social e familiar. Tratar a criança com amabilidade não quer dizer que dessa forma irá deixar que ela faça somente o que quer. Contrariamente a esse princípio determinado pela criança, é mostrar-lhe que viver com algumas regras necessárias lhe trarão equilíbrio e respeito com ela mesma e com os amigos.